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PoÉtica

Me preocupa tantos perfis de frases no twiter e tantas frases feitas nas mídias sociais. O que pretendemos com tudo isso? Demonstrar que lemos? Que temos sensibilidade? Será que é algo que não me ocorre agora? Mas que finalidade tem isso?
Quando vejo certas frases que parecem expressar o que o postador está sentindo, me parece sincero como uma planta artificial. Um artificio. Para tentar ser ou parecer mais verdadeiro, mais humano.
Onde está a nossa poesia? Nosso poema diário na vida. Podemos fazer a vida de forma poética. A forma óbvia não acrescenta. O sol nasce e aparece o dia. Só eu vejo o que há de poesia nisso? Será que é porque estou apaixonado ou é visível que há poesia?
Falta-nos a poesia que adoça a vida. Podemos fazer tudo igual só que diferente. Podemos ir ao trabalho e pensar que as pessoas que gostamos estão sob o mesmo céu. Podemos imaginar onde o vento que passou por nós encontrará um rosto amigo. Posso pensar que a minha camisa 9, estava pertinho daquela vestida pelo Ronaldo quando fez um gol pelo Corinthians. Podemos eternizar um sorriso espontâneo no porta retrato ao lado da cama. Fazer do quintal um palco. Do clima frio uma saudade.
Quero poesia, mas pra viver. Poesias dos outros me faz pensar. Enquanto poesia vivida, me faz viver.
Ponha nas tuas palavras a tua vida. É só pela tua vida que irás responder.
Ponha um porta retrato. Um CD novo pra tocar, ou um vinil velho. Uma camisa 9, 10, sem nem número. Ponha poesia.

Em que mundo você vive?

Pra começo de conversa eu não compro pela embalagem. Sem essa de tem cara de ser confiável ou usa bem o verbo. Sem essa de o Fulanaço jamais agiria assim, ou o Beltranaço é isso ou aquilo e vindo dele é tudo confiável, 100% de certeza. Vai vendo...
Quero repensar uma frase atribuída ao maior que já esteve entre nós. O cara veio, marcou a história, renovou nosso conceito de humanidade. E nem jogou no Corinthians. Não, não é o Pelé. É o Jesus.
A frase "a felicidade não é deste mundo" é tão distorcida. Pois que, se a felicidade não é deste mundo, pode fazer tudo que der na telha. Pois é o mundo sem felicidade. Penso que a felicidade global, total, que cabe apenas em mundos com padrão vibratório mais elevado, não tem muito por nossas bandas.  Mas como essa frase veio do hebraico e com milênios de religiosos manipuladores traduzindo e reinterpretando-a, pode ser outra coisa. Minha vez de manipular e reinterpretar.
E se em vez de felicidade, fosse algo como felicidade coletiva, geral. Ou paz total de espírito? Já teríamos algo assim, "a paz de espírito total, não é deste mundo".
Mas também podemos rever o tal de "este mundo". E se na tradução for entendido como mundano. Como disse Kardec, estar no mundo sem ser do mundo. Então pode ser, "a felicidade não está nas coisas mundanas". Essas coisas que perdem o sentido quando se perde alguém. Estas coisas que ganham sentido quando alguém se perde.
Refiro-me que devemos entender felicidade como algo amplo, não como os tais momentos de felicidade. Nem me vem com essa balela de "vai ficar sem dinheiro, pra ver se você vai ser feliz!". É óbvio que não. E ficar sem grana não me é novidade. Mas se só a grana bastasse, não teríamos ricos deprimidos.
Aliás, é justamente isso que quero expressar. Dane-se o quanto se tem. A felicidade pode ser alcançada, sim. Essa do rico passar pela porta do céu e blá, blá, blá não cola. Outra que não cola também é essa exigência de sacrifício. Pode-se alcançar a felicidade sem sofrer. Sem o martírio. Martírio é quando queimo o almoço. E não traz felicidade nenhuma.

Seja livre para ser feliz. Alcance sua felicidade sem a culpa por não sofrer. Mas voltando ao inicio da conversa, Jesus jogando no Corinthians ia ser de arrepiar. Heheeh!

Com sequências e consequências

Pra me recompor foi preciso tempo. Tempo pra mim, tempo pra vida acontecer, tem pra não escrever. Pra pôr a casa em ordem foi rápido. Eu estava recomposto. Re-composto, nova composição. Novos nutrientes. Novos passos seguem, Novos horizontes se aproximam. Tudo vira tão novo. Por onde ando? Nos mesmos lugares. O que eu enxergo? O que antes me era invisível.
Somos o que consumimos e o que escolhemos. E somos um monte de coisas mais. Somos tanto. E o que vemos? Vemos?
Somos, viemos e vamos. Somamos.
Quando as canções no violão me parecem todas iguais, procuro uma escala que não conheço. Sei tão poucas. Elas renovam o braço do violão. O braço do violão me parece o trilho de trem. Sempre com um novo horizonte sonoro.
Nutro o violão das mesmas notas. Com sequências diferentes. É só o meu violão. Sou eu ainda. Mas re-composto.
São notas, são trilhos, são nutrientes, tempo e novos ares. Pra renovar mergulhamos ou voamos? As vezes uma coisa leva a outra. Pra ter novas forças pode ser preciso exaurir-se.
Em uma das piscinas populares, Sócrates com apenas os pés sob a água, foi questionado debochadamente sobre como ser um sábio, por um homem com o corpo todo dentro da piscina. Sócrates  segurou a cabeça do homem sob a água por tempo suficiente para que ele se debatesse tentando desesperadamente emergir. Quando o soltou disse ao debochado ofegante: "quando procurares o conhecimento, como procuraste o ar lá em baixo, aí sim serás um sábio."
Os "nutrientes" estão aí.  Procure-os. Sirva-se à vontade. Recomponha-se.