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Até chegar em casa

Na beira da estrada tudo parece passageiro. Não se engane, só parece.  Passam tantas coisas que nem vemos. Passam mistérios diurnos. São poucos, mas existem. Pessoas que nunca mais se encontrarão, passam ali, lado a lado.
Idas e vindas, infindas. Vozes parecidas com as de nossos dias. Vozes esquecidas com os nossos dias.
A estrada só traz liberdade se trouxer outro caminho. Se houver referências, lembra passado. Poucos passados não aprisionam. O passado, mesmo na estrada, é passageiro. Só que uns não sabem disso.
Pegadas só fazem sentido se for pra atalhar caminho.O caminho conhecido só é bom se mata a saudade e vivifica o amor.
O amor não está no passado, eu já procurei. Só encontrei lembranças. E lambanças. As vezes não sei o que é uma ou outra coisa.
Quando uma estrada é nova todos querem passar por ela. Passar uma segunda vez não tem graça. O prazer  da primeira vez é único porque só olhamos para frente. Sentido único.

Mesmo assim, adoro voltar pra casa.