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O que mais em nome do amor?

Quando vejo a violência "em nome de deus" que cometem algumas criaturas, me assombro. Não apenas pela violência criminosa que praticam com a expectativa de um feito religioso. Mas por colocarem como um ato em nome de deus. Se deus é amor, agir com violência em nome do amor não é uma contradição? Religião e violência são velhos conhecidos na história humana. E dizemos ser a imagem e semelhança divina. Talvez sejamos, porém, nem sempre. E me impressiona também que há quem considere isso muito normal.
Temos conversado muito, aqui em casa e entre amigos, sobre os rumos que os relacionamentos afetivos têm tomado. Em sua maioria, são processos criadores de neuroses e fobias. Pessoas em idade adulta submetendo-se ao que lhe pareceria inaceitável anteriormente, em nome de uma relação frustrada. Criam-se ali abalos ao organismo e ao psíquico que somente boa terapia e tempo precioso irão curar. Sacrifícios em nome do não sentir-se só. Sabendo que a solidão a dois pode ser mais degradante.  E desperdiçam-se os dias como se a ampulheta divina nos desse o tempo que bem quisermos a cada instante.
Dentro deste período um calvário emocional perturba o indivíduo no que lhe pareceria uma proposta de felicidade. O belo início de um "novo amor" em nada parece com sua continuidade. No princípio a flexibilidade total, depois um jogo de palavras, como um engôdo, administrando o "amor" como uma relação de forças.
Isso me parece em muito com a adoção de um cão. Mas de um cão de rua. Imaginem a situação em que o animalzinho ali contando mais com a sorte do que com as forças é acolhido por um dono. Veja que antes ele mandava em seu próprio nariz, agora tem dono.
Esta pessoa leva-o para sua casa, dá-lhe banho, alimenta-o, brinca com ele o tempo que pode. Depois não pode mais vira as costas e se vai embora. E esta "felicidade" de ser propriedade dura enquanto o animal aceitar viver dentro do pátio do dono. Ou seja, dentro do domínio daquela pessoa.
Mas e como vamos nos relacionar diferente? Você pode ter entendido que realmente deve brincar com o cãozinho o tempo disponível, não mais que isso. E até não está errado. Mas algo me faz pensar diferente disto. Por que a necessidade da posse? Pelo ciúme? Por insegurança? Em qual dos dois não confiamos? Acho que em nenhum.
Note que o amor é tolhido por um sentimento relacionado ao ego. Logo o amor! Um sentimento totalmente espiritual. Quando vemos alguém e sentimos amor, vimos a porção de deus nele. Quando não sentimos, não vimos. Em algumas pessoas parece que deus nem teve parte na confecção deste tipinho. Mas não é deus que lhe falta. É nós que não enxergamos o deus ali presente.
Portanto, quando começamos a sentir que o ego começa a se envolver na relação, aparecem os problemas. O ego e o amor não convivem juntos. Como poderiam? O ego vem de uma série de necessidades de atenção, desde a tenra infância. O amor é a elevação maior do ser. Um é comumente causa de desvios , outro pertence à um plano evolutivo . Quando amamos realmente, o ego dá lugar ao amor espontâneamente. Se isso não ocorre, apresse-se em rever os conceitos desta relação e até mesmo a validade dela.
A partir disso vem  inúmeras relações que já perderam o sentido de existir. Pois que ali o coração só tem função de suportar o sofrimento. Já que não vai findar a relação quando houver sofrimento, apenas terá fim quando o cansaço de sofrer sobrepujar as forças e o desânimo abater o que houver ali.
Espera-se do amor algo como uma ponte à felicidade. Não este conjunto de dores que vimos em canções que se julgam alegres, mas são tristes e de gosto duvidável. Se a relação é um problema, não há dúvidas de que o amor não repousa naquele ninho. E desperdiça-se o tempo tentando salvar algo que deu errado lá atrás, quando os jogos de amor começaram e a cumplicidade tornou-se um enorme ponto de interrogação.
Não sugiro que se seja inocente para com todos e doa-se inteiramente ao amor que aparecer na frente. Ao contrário. Com tanto sexo fácil por aí, sexo seguro só com roupa de astronauta. E se for virtual pode trazer vírus ao PC.
Entenda que quando há amor, não é preciso a aprovação de terceiros para que a auto-estima esteja equilibrada. O ego precisa sentir que outras pessoas também sentem-se atraídas, que olhares se perdem por aquela aparência. Sim, ok. mas se chegou a essa necessidade, já não algo para perceber. Se você tem boa aparência deixe que olhem. Mas ao buscar essa atenção me parece tão pobre de maturidade e felicidade. Se quem "te ama" não te olha, a coisa tá feia. Se o serzinho maravilhoso que "te ama" tem uma necessidade insistente em emprestar os olhos por aí, sei não... acho que as vezes a gente cisma tanto com alguém que pensa que ama.
Tudo isso pode parecer um monte de idéias anti-amor, mas ao contrário. É pró-amor. Mas mesmo que decida viver sem um AMORZÃO assim, saiba o que está vivendo. A escolha é sua. Só cuide a ilusão. Uma miragem é só o desejo projetado. E a pobre criatura a sua frente nem sempre tem a dimensão do que passa nessa cabeça. Raramente tem. Então deixe o amor no lugar certo. É um sentimento espiritualizado, uma força motriz que impulsiona a viver com o que de melhor pode haver no sentimento. E se algo é abalado vem o ego e toma conta. Aí ferrou.
E em vez de engessar a dor de cotovelo com um "novo amor" vai descobrir o que sente por si mesmo. É mancada isso. Senão o ego volta e não tem novidade que  resista. Logo cai por terra. E uns precisam de mais, outros de menos tempo para se recompor.
Essas canções populares põe uma necessidade desequilibrada no mental das pessoas de que amar é estar colado em alguém. Nem que essa pessoa não queira estar ali. Confundem uma boa transa com um sentimento, repito, espiritualizado. Depois tão ali, um bando de pinel dizendo que amar dói. Dói meus ouvidos com esses compositores despreparados.
Gosto quando Shakespeare diz que ao invés de correr atrás das borboletas, plante um jardim. Ou seja, vibre com amor que o sentimento envolve a vida toda.
Por fim, "o amor não quer o mal, não sente inveja ou se envaidece".

Valemos pelo que somos?

Esta manhã me despertou uma dúvida. Uma dúvida sincera e talvez ingênua. Pode-se comprar respeito? Não é o respeito aos mais velhos ou respeito ao próximo. Digo respeitabilidade. Alguém chega em um ambiente e é bem recebido. Sai com amigos e é considerado. Isso pode se comprar?
E o comprar que falei é este mesmo do mercado. E então, pode? Haverão círculos onde o financeiro obviamente dá este respeito. Mas a minha pergunta, em essência, é esta: existe algum ciclo em que não importa realmente o que  temos? Em ciclos como trabalhos, negócios, festas este modo de avaliação é transparente. Você vale o status que tem. Mas há algum meio em que só a personalidade e o caráter tenham os créditos pela respeitabilidade?
No meio religioso deve prevalecer qual das duas formas, a compra do respeito ou a valorização? E qual tem sido mais visada? O que você acha?
Entendo que podemos verificar o tanto uma pessoa valoriza os outros por seu status social, percebendo o quanto ela se sente acima ou abaixo dos outros na sua posição social. E é válido ser respeitado por um punhado de valores conquistados, mas que não são você? Não é idolatria da pobreza. Exclua aqui as necessidades básicas em que o dinheiro é fundamental. Estas todos temos e estão fora de comentários. Estou direcionando à questão a um ponto específico. O que me chama a atenção é o quanto se crê na relevância do status.
Observe de longe e talvez perceba que as regras do cotidiano diferem de uma para outra pessoa. Há algum meio em que o status não faça esta divisão? Já estamos tão condicionados a compartimentalizar pessoas que isso é natural?
Fiz tantas perguntas que não sei a resposta que já não sei se devo postar este texto. Mas ele vai ser postado, sim.
Segundo Armando Nogueira, a dúvida é a ante sala da sabedoria. Por isso abro a vocês esta minha dúvida. Onde valemos apenas pelo que somos?

Diante de tudo

Ontem estive diante de um dia histórico. Pelo menos pra mim. Assistir a entrevista coletiva em que Ronaldo (o único Ronaldo de verdade) oficializou o fim de sua carreira mexeu comigo. A emoção dele me emocionou. Suas lágrimas me contagiaram. Assim como, inúmeras vezes, sua alegria me alegrou.
Estou escrevendo isso na Lagoa do Violão. Enquanto isso um casal faz fotos da sua lua de mel. Dia histórico pra eles.
Pra mim também. Nunca presenciei um casal neste momento. A vida passa diante dos meus olhos. Eu escolho o que guardar comigo ou não.
Tenho boa memória. Quando me irrito não fico histérico, fico histórico. "Lembro e esqueço como foi o dia". A mim faz bem.
Relembrar as situações pode nos fazer desprender das emoções que elas despertaram. Existe entre as terapias de meditação, uma técnica que pelo canal de meditação pode-se trabalhar os traumas emocionais relembrando-os. É este tipo de relembrar que me refiro, não remoer mágoas. Saca?
Porém, como a maioria destes traumas são arquivados na infância, rever os momentos com a consciência adultatecida nos possibilita entender que não interpretamos o fato da melhor maneira. Retirando a emoção deste fato do inconsciente e tornando-a visível a luz da maturidade, o problema perda a razão de ser. Pois que a lembrança esclarecida revela que não passou de algo como um mal entendido.
A terapia floral age assim também. Traz ao consciente para esclarecer. Porque o que é falso não sobrevive na luz da verdade.
Escolhemos, então o que arquivar. Estes arquivos nem são tão importantes. O mais relevante é a sensação que nos envolve.
Ontem tive um dia inesquecível. A alegria do casal espargia sobre quem estivesse nesta vibração alegre. A despedida do verdadeiro Ronaldo foi emocionante. Foi o que eu escolhi, mas poderia ser qualquer outra coisa. E você escolheu algo pra lembrar? Para arquivar? Nem lembra se escolheu?
Eu lembro.



PS: Quero salientar que Chico Xavier disse que seu desencarne seria em um dia em que o povo brasileiro estivesse muito feliz. Para amenizar a notícia a seu respeito. Neste dia o Brasil foi pentacampeão do mundo. Sobre a Alemanha, com dois gols de Ronaldo. Aliás, só fomos campeões porque ele jogou muito a Copa toda.
Então, se um espírito com a envergadura do Chico Xavier deve ser grato ao Ronaldo, imagina eu? 

Reinicio e Retorno

Por vezes antigas rotinas retornam. Os afazeres, funções e emoções de outros tempos voltam a marcar presença. São ciclos? Ciclos retornando? Se um ciclo se completa ele retorna? Pois bem, entendo este como ponto chave para a questão. Se um ciclo se completa por que se repetiria? Justamente por não estar completo.
Mas já foi visto, revisto, pensado e vivido. Então por que volta? Porque a lição não foi aprendida.
Entendo os ciclos como formas de experiências. Algo como: enviamos a vida sinais através do pensamento, ondas vibratórias, atitudes, escolhas, etc. Nossas afinidades nos deixam em sintonia com determinadas questões materiais e espirituais. Através delas o retorno da vida. Com ciclos. Vem o ciclo, a experiência e compreendendo ou não, vem o fim.
Todavia, se o aprendizado não foi o suficiente, tornamos a agir de forma semelhante. Repetimos a sensação, o pensamento, a atitude, recebemos o retorno (geralmente neste ponto notamos o ciclo) e tentamos modificar o ciclo neste ponto do processo. Mas por não ser este o ponto inicial, as mudanças terão efeito menor que o desejado.
Observe que me refiro a ciclos que requerem mudanças. Se o ciclo te faz feliz, força.
Mas voltando aos ciclos que  devem ser mudados, é preciso compreende-los em seu início. Em ti. As emoções que cultivamos, os pensamentos que repetimos, as palavras que mais utilizamos. Está tudo aí! Aí em ti!
Barbada, né? Então te segura que lá vem outra.
E se não entendemos a razão do que ocorre, chamamos de caos. Que ironia, criamos algo, achamos ruim e chamamos de caos. Como se caos fosse algo TERRÍVEL!! Caos é a incompreensão do que está acontecendo. Quando algo não está ao alcance do nosso entendimento, só enxergamos a confusão. A falta do discernimento deixa as forças sem direção. Uma turbulência. A isso chamam caos.
O caos é necessário. É ele que caracteriza a mudança. É ele o agente transformador. Viva o caos.
Perceba o caos. Ainda que não saiba o que se passa, saberá que é o caos. E evite tomar decisões radicais.
Existe a necessidade de segurança. Mas a confundimos. Segurança não é estática. Nada é estático. E se algo não se move por um tempo perdemos o interesse. Quando já sabemos os próximos movimentos, o padrão, não há mais o que aprender ali. Então o tédio.
Isso vale para o trabalho, para relações amorosas ou para nosso reflexo no espelho. Creio ser também por isso que as mulheres mudem tanto o cabelo. É por isso meninas?
O cabeleireiro mexe em todo o cabelo.  Molha, corta, pica, pinta, até estar pronto. Ele entende o ciclo do início ao fim. Por isso não há o caos.
Quando um ciclo retorna, é como um velho amigo bater a porta. A lição voltou, aprenda desta vez.
Perceber o ciclo iniciando exige auto conhecimento. Porque ele inicia em nós.
Entenda o caos e será bom conviver com ele.
E por fim... não mãe. Eu não vou cortar o cabelo.


Quem quiser conversar sobre o PM, trocar idéias e afins o msn é rodrigojoel@live.com