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Algo de nós que fica.


“O que traz consigo?
Com quem vai deixar?”
- Onde você vai estar -


Há quem viva em buscas permanentes. Em constantes perseguições e peregrinações atrás de alguma coisa. São formas de coleções. Colecionar coisas, adquirir. Aquisições preciosas para sua auto-afirmação, auto ilusão ou uma tentativa desesperada de sair ganhando de algum jeito freqüentando um lugar, convivendo com alguém. Seja o que for, é só mais um algo.
Sem que se faça notar a areia muda de lugar na ampulheta  em escala cósmica e os hábitos constroem destinos destituídos de uma conquista maior. Uma conquista satisfatória. O novo não supre a necessidade. Nem um lampejo de paz à alma encarcerada na masmorra da repetição insciente e inconseqüente.
Certa feita  percebi que normalmente é confundida uma canção reflexiva com uma canção triste. Dizem “esta me deixa muito pra baixo”. É natural. A introspecção é um espelho emocional que não permite  mediadores. E na fuga de si mesmo, embalos e balelas são cúmplices de uma morbidade intelectual  desajustada da busca de alegria. Alegria esta confundida com qualquer coisa que não faça pensar.
A melhor forma de termos algo bom para nos lembrar é a satisfação de saber que deixamos alguém, ou alguma situação, melhor do que antes da nossa chegada. Basta enumerar às ocasiões em que fizeram isso por nós. Esta sensação de utilidade preenche. Esta sensação, enfim, satisfaz. A busca perde a importância diante da doação. A doação de si, de sua paz, de sua presença, carinho, dedicação e blablablá. Você já sabe disso.
Ao nos vigiarmos para saber o que estamos levando aos outros teremos de buscar algo novo e externo. Provavelmente acima de nós mesmos. E será uma conquista maior. Que nos fará maiores. Aí sim, uma vitória que satisfaz.

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