Nada mais intimo do que o pensamento. Então, o que será a prece, se é um envolvimento através do próprio pensamento? A prece nos contextualiza diante da vida. Nos faculta perceber, onde antes era apenas confusão. Não é a prece uma conversa com deus, pois deus está em nós.
O exercício da prece está na vivência, também não creio em fé que não ama. Tão pouco espero que alguém tenha amor genuíno a oferecer. É parte da nossa condição animalizada este amor imperfeito. Não me comovem as frases com os “hoje em dia ninguém ama o próximo” e seus blá, blá, blás. Eu também não amo.
Nós, que nos dividimos em religiões, esquecemo-nos do princípio de todas elas. Focamos o que nos divide a fim de ter razão. Tal como crianças, as crenças de que quem optou por este ou aquele estereótipo está salvo ou condenado. Sendo que não há condenação, há causa e efeito. E nem “salvação”.
Não creio em “salvação”, o que há é conduzir-se numa direção melhor. Envolver-se com sentimentos mais evoluídos. Para erguer-se dos vícios e aceitar a virtude. E para facultar este entendimento há a prece como elemento facilitador.
refiro denominar prece que oração porque oração vem de oratória. Uma tagarelice em que a retórica e a memorização substituem a relação com vibrações mais elevadas. Prece é a necessidade de buscar a pureza da fonte, contextualizar-se com deus. Por isso, creio em amar como estado de espírito, manter-se nesta ligação com deus. Murmurar palavras na quietude pode ser um relaxamento mental aprazível. Mas buscar a interiorização é de uma natureza mais divina. É onde as palavras não alcançam. Não cabem verdades divinas em palavras. A prece numa condição mais elevada transcende a obviedades que antropomorfizam deus. O papo que deus quer, deus mandou, deus vai me mostrar, entre outros tantos, afastam o ser humano de sua real divindade. O que convém aos que se valem destes termos em pregação.
Envolver o consciente com o interior assusta. O que leva a tantas pessoas às fugas de ficar doidão ou de prenderem suas atenções ao que lhe pouco edifica. Buscando na ostentação um porto seguro. Não descobrindo (nem se descobrindo) que a frugalidade pode conduzir à paz que desperdiça nas horas aventalhadas na procura por segurança.
A prece não precisa de templos, encontros ou decorebas. Deus não está nem esteve conosco. Ele é conosco. Não se pode dividir deus da gente. A prece é simplesmente busca-lo em nós! Conhecer a si, é ir a caminho de deus!
E apenas os que convivem bem consigo me convencem do seu amor. Pois estes tem na prática a sua prece.
Bom, esse texto prendeu a minha atenção. É um assunto que particularmente me envolve e me emociona.
ResponderExcluirVamos ao comentário. Bem, a fé não é uma pessoa, que ama ou “desama”, a fé é um dom, uma dádiva, dada aos buscadores da inteligência espiritual.
A fé, como uma riqueza, deve ser conquistada aos poucos e nós devemos fazer investimentos, para que ela gere lucros e cresça.
Investir a nossa fé num objetivo nobre é um bom começo.
Só a fé nos faz acreditar que alguém tenha o genuíno amor para dar.
Também nos faz crer que nós, podemos através de nossas experiências de vida, evoluir e nos transformar a ponto de amar ao próximo como a nos mesmos.FÉ, crer no que não podemos ver.
Uns acreditam em lei de causa e efeito, outros preferem buscar uma “salvação” e ainda existem aqueles que optam por fugir da “condenação”... Mas graças a Deus, a maioria quer seguir um caminho, neste momento, a minha prece é que o verdadeiro caminho encontre a nós todos.
Há muito tempo, li algo que impactou meu coração e desde então guardo essas palavras com muito carinho:
''Deus, se for pra te adorar por medo do inferno, queima-me no inferno. Se for pra te adorar pelo paraíso, exclua-me do paraíso. Mas se for pra te adorar por quem tu és, não esconda de mim a tua face''.
Isso mudou minha vida, me fez enxergar o verdadeiro sentido da oração ou prece, como acharem melhor. Me fez entender que nada faria sentido se eu não fosse sincera.
Prece, passo a passo, prossigo para o alvo que é atingir o coração daquele que faz isso tudo valer a pena.
Parabéns Rodrigo, pela sensibilidade que empregastes no texto.
Internautas Mágicopalavrienses, DEUS é o Cara!
Beijos