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Verdadeiro e Fascinante


Algumas perguntas tem mais de uma resposta. Assim como um caminho leva à vários fins.  Todavia, a tendência é crer que o caminho escolhido é o melhor. Afinal, o ego quer essa aceitação.

O maior dos caminhos é o que nos fortalece em evolução, o amor. Pois quando se escolhe rumar por estes trilhos não há escolhas, o amor escolhe. Saem dai as situações em que a "cabeça" quer uma coisa e o "coração" outra. Isso ocorre quando queremos algo, mas o amor nos aponta outra direção. E então o amor lhe diz não sacrifique alguém para uma realização. Mas a vontade (ou vantagem) faz pensar que seria melhor a outra opção. Criamos desejos e não criamos amor. Por quê? Podemos dominar ou aumentar nossa força de vontade. Mas não podemos dominar o amor. Por quê? Simples. Porque o amor não é subordinado. O amor é a ordem. 
Há os que sofrem tentando dominar o "coração". Geralmente referem-se assim aos seus instintos. E sequer os compreendem. Fugindo da idéia rasa de amor, e nos reportando ao amor maior, encontraremos deus. Em sua plenitude. Mas se em cada um há a centelha divina, só poderíamos ser imperfeitos. Pois não somos plenos. E o próprio amor, ou seja deus, aceita como somos... podemos nos aceitar relativos e imperfeitos. Mas também não avacalha com essas idéias de fazer o que dá na telha. Vai devagar.
Temos a eternidade e as sucessivas reencarnações para deixar-nos conduzir pelo amor. E convém não deixar pra muito depois.
Envolvemos o ego na lida diária e ele não pode manter-se diante do amor. Se amarmos demais, como nos amaremos? E o ego teme seu fim. Entendo que devemos nos centrar, pensar no "eu" e não no ego. Podem os  que conhecem a psicologia comentar sobre o ego. Este é parte da consciência que se relaciona com o que cerca cada um. E começa aí a dificuldade em amar. Pois esta parte preocupa-se com o que vão pensar, dizer e falar. Enquanto nos trilhos do amor as atitudes são conduzidas sem essa preocupação periférica. Você pode rir, cantar e andar com a cabeça erguida. Sabe que sentir satisfação em ser é importante. Quando queremos a aprovação dos outros abandonamos a nós mesmos. Enquanto amar-se já é a aceitação. Quem se rejeita, não encontra aceitação em local algum, pessoa alguma. Ainda não encontrou os trilhos do amor.
Não espere de si mesmo e dos outros atitudes de amor verdadeiro. Este cabe a deus, pois ele é o amor. Somos fagulhas, ele é a chama. Ao invés de frustrar-se, pense que não é só você que comete equívocos. Nossa paciência vai de acordo com o amor que sentimos. Por isso com uns sequer temos. O exercício da paciência uma forma de vivenciar o amor.
Quando encontro em algum paciente uma dificuldade de tolerância, tento enxerga-lo como alguém que me seja muito caro em idade semelhante. E já estou pronto para lidar com ele. Isso acontece porque com aqueles que amamos o ego não se mostra da mesma forma. Sentindo-se amado ele não irrompe em carência de notabilidade. Pois já tem o que mais precisa, amor. Enquanto algo for feito por ego, irá te desgastar. Se for feito por amor a sua energia será revigorada. Se estranharem ao te ver dançando há duas escolhas, dançar estranho ao olhar alheio ou parar de dançar. Se sua canção não agradar a todos (provavelmente isso aconteça) não deixe que o ego te faça murchar. Descubra se é feito com amor. E então terá a resposta se vale a pena canta-la.
Quando o ego prevalece surge as sensações de rejeição, timidez entre outras  que não fazem sentido. O ego não pode conviver com o perdão, já que este é o filho do amor.
Segundo Camões, o amor sempre a mais se atreve. Atreva-se a amar.

O Teatro da Dor

Cuidar onde pisa é parte do caminho. Os rumos dados pelas nossas escolhas nem sempre são tão claros quanto gostaríamos. E por diversas vezes aquilo que parecia deslumbrantemente maravilhoso, torna-se decepcionante. Ao deparar-se com o “não era bem assim” uns repensam, outros encontram alguma desculpa para a ignorância passar a cegueira.
Talvez até por medo de contrariar a maioria. Mesmo onde se ouve muito que as pessoas escolhem por si, e não por influências é visível a padronização das palavras.
A cultura cerca os indivíduos de tal forma que se torna imperioso aderir ao costume. Por mais infeliz que este seja. Aqui no Rio Grande do Sul, se descordar com a cultura local é ofensa aos hábitos que nem mesmo os gaúchos cultivam corretamente. Mas crimes ambientais caem na vala comum do “todo mundo faz”. Nossos novos tradicionalistas seguem o sertanejo paulistano ou o pagode de sei lá onde, mas são muito gaudérios, sim. Afinal, eles tomam chimarrão ao fim da tarde, comem churrasco no domingo e torcem para um da dupla grenal.
Assumimos a maldição dos rodeios como cultura. A midiocracia impôs essa maldição que foi abraçada porque qualquer coisa com cerveja e canções (de mau gosto) vende. Enquanto a crueldade fabrica o teatro da dor nos bastidores para o grande espetáculo.
Se os costumes se modificam e ganham ares modernos, que sejam mais elevados. Se tu queres matear em charla guasca, boleia a perna, puxe o banco e vai sentando. Se estás loco de faceiro e vais te juntar aos teus, come, bagual. Mas sem matar ninguém.
É por demais infeliz e trágica a conservação de uma idéia de que temos de matar para sobreviver. E em termos nutricionais, não temos nenhuma necessidade de alimentar-nos de carne, nenhum delas, para termos saúde. Como terapeuta, biólogo e atleta afirmo com conhecimento de causa e prática.
Palavras Mágicas é o que nos faz abrir os olhos. Pouco importa quantos estão dispostos a crescer de verdade. Catar boas frases para por no perfil não nos faz crescer. Crescer é outra coisa. E eu creio numa evolução que forme uma cultura sem mortes, sem dor e sem violência. Numa cultura em que a preservação do meio ambiente seja obviedade. Sem esse papinho do “Eu não sei. Sempre foi assim por aqui” que sustenta os paradigmas.
E que as gerações futuras conservem os ideais amadurecidos, e os aplique, porque preservamos e respeitamos a natureza na forma qualquer que ela se apresente. Demonstrando educação que sirva de modelo a toda terra.

Meu apreço à prece

Nada mais intimo do que o pensamento. Então, o que será a prece, se é um envolvimento através do próprio pensamento? A prece nos contextualiza diante da vida. Nos faculta perceber, onde antes era apenas confusão. Não é a prece uma conversa com deus, pois deus está em nós.
O exercício da prece está na vivência, também não creio em fé que não ama. Tão pouco espero que alguém tenha amor genuíno a oferecer. É parte da nossa condição animalizada este amor imperfeito. Não me comovem as frases com os hoje em dia ninguém ama o próximo e seus blá, blá, blás. Eu também não amo.
Nós, que nos dividimos em religiões, esquecemo-nos do princípio de todas elas. Focamos o que nos divide a fim de ter razão. Tal como crianças, as crenças de que quem optou por este ou aquele estereótipo está salvo ou condenado. Sendo que não há condenação, há causa e efeito. E nem salvação.
Não creio em salvação, o que há é conduzir-se numa direção melhor. Envolver-se com sentimentos mais evoluídos. Para erguer-se dos vícios e aceitar a virtude. E para facultar este entendimento há a prece como elemento facilitador.
refiro denominar prece que oração porque oração vem de oratória. Uma tagarelice em que a retórica e a memorização substituem a relação com vibrações mais elevadas. Prece é a necessidade de buscar a pureza da fonte, contextualizar-se com deus. Por isso, creio em amar como estado de espírito, manter-se nesta ligação com deus. Murmurar palavras na quietude pode ser um relaxamento mental aprazível. Mas buscar a interiorização é de uma natureza mais divina. É onde as palavras não alcançam. Não cabem verdades divinas em palavras. A prece numa condição mais elevada transcende a obviedades que antropomorfizam deus. O papo que deus quer, deus mandou, deus vai me mostrar, entre outros tantos, afastam o ser humano de sua real divindade. O que convém aos que se valem destes termos em pregação.
Envolver o consciente com o interior assusta. O que leva a tantas pessoas às fugas de ficar doidão ou de prenderem suas atenções ao que lhe pouco edifica. Buscando na ostentação um porto seguro. Não descobrindo (nem se descobrindo) que a frugalidade pode conduzir à paz que desperdiça nas horas aventalhadas na procura por segurança.
A prece não precisa de templos, encontros ou decorebas. Deus não está nem esteve conosco. Ele é conosco. Não se pode dividir deus da gente. A prece é simplesmente busca-lo em nós! Conhecer a si, é ir a caminho de deus!
E apenas os que convivem bem consigo me convencem do seu amor. Pois estes tem na prática a sua prece.